O deputado estadual Jeová Campos (PSB), lamentou nesta quinta-feira
(7) o desgaste que tem atingido a classe política nos últimos tempos.
Ele disse que essa crise tem como fonte, principalmente, a exposição
ocorrida por conta dos últimos escândalos nacionais e desabafou: “eu sou
um cidadão honesto e não tenho uma casa pra morar”.
O parlamentar se queixou de que “todo mundo hoje, se quer atirar em
alguém, está atirando em quem exerce mandatos”. Ele citou o fato de que
“antes você saía para jantar com um deputado e era um orgulho. Hoje, é
jantar com uma pessoa improba, que faz malfeitos, que não é honesta”.
Jeová Campos afirmou que na sua vida pública não tem nada que o
envergonhe. “Eu particularmente me dou o direito e tenho orgulho de
dizer: meus filhos têm um pai que não tem na vida dele a malversação do
dinheiro público”.
Ele disse que é importante que a população entenda que não se pode
pensar “em funcionamento do Estado sem ter gente pra governar, sem ter
gente pra ser deputado, gente pra de fato cumprir a função de liderar o
povo. Isso vai ter sempre e não tem outro caminho”, destacando que cabe à
classe política realizar uma autocrítica, no sentido de fazer o melhor.
“Não somos todos iguais”, disparou.
O deputado responsabiliza a falta de prestígio da classe política aos
“malfeitos acumulados durante tantos anos”, mas ressaltou que “é
preciso que a gente cumpra um papel que mude esse cenário”.
Questionado sobre a possibilidade de criação do Tribunal de Contas
dos Municípios, o deputado foi enfático: “Não vai se criar Tribunal, sem
se instituir despesa. Quem vier me convencer disso, me perdoe. Não vai
me convencer”, contrariando o posicionamento do partido e do governador
Ricardo Coutinho, amplamente favoráveis à criação do TCM. Ele fez
questão de destacar que “o principal problema da Paraíba não é TCM, é a
falta d’água”.
Mesmo assim, Jeová Campos fez a ressalva de que “não estou aqui
sozinho. Estou num partido, fui eleito num partido e vou seguir a
orientação do partido”. Ao tomar conhecimento de que já há deputados
angariando indicações para o TCM na Assembleia, ele afirmou que ainda
não foi procurado e que cada coisa deve acontecer ao seu tempo:
“primeiro tem que saber se vai realmente instalar esse tribunal. Se
realmente ele for instalado, a Casa vai definir quem serão os nomes a
compor”.
Não é a primeira vez que Jeová Campos demonstra estar preocupado com
os problemas da política. Em novembro do ano passado, ele chegou a
anunciar sua aposentadoria da vida pública, afirmando que fará sua
última campanha em 2018 e que seu irmão, Marcos Campos, o sucederia. Na
ocasião, o deputado disse que ainda sonhava em “voltar para a
universidade, assumir o cargo de professor e escrever um livro”.
Natural de São José de Piranhas, Jeová Vieira Campos é advogado e foi eleito com 23.815 votos.
PB AGORA
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