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Manifestantes encerram ato em Brasília cantando o Hino Nacional

Com o Hino Nacional cantado em coro,
foi encerrada em Brasília a manifestação em apoio ao combate à corrupção
e a favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, realizada na
Esplanada dos Ministérios. Ao final do hino, os manifestantes gritaram
“Fora, PT”.
Segundo
a Polícia Militar, 100 mil pessoas participaram da manifestação. Não
houve ocorrência de atos violentos, segundo a PM, apenas registro de
extravio de documentos e atendimento de pessoas com mal-estar. O
percurso dos manifestantes começou no Museu da República e foi até o
Congresso Nacional, em um total de dois quilômetros.
Para
o estudante Douglas Santana, de 20 anos, o movimento é histórico para o
país. “Pedimos fora ao PT porque é perceptível que o país não está
estável. Realmente precisa mudar e esse é o partido que está no poder”.
Segundo o estudante, o ato deve ser mantido também contra outros
políticos, de outros partidos, sob investigação pela Polícia Federal.
Vários
manifestantes vestem camisas com a foto do juiz Sérgio Moro e adesivos
em apoio ao juiz que comanda o processo de julgamento dos crimes
relativos à corrupção em contratos da Petrobras, investigados no âmbito
da Operação Lava Jato, pela Polícia Federal.
Em
meio ao povo, estava o senador Álvaro Dias (PV-PR), que não falou aos
manifestantes publicamente. Ele, no entanto, conversou individualmente
com alguns manifestantes e parou para tirar fotos. Dias migrou do PSDB
para o PV no início de janeiro, após vários meses de negociação.
Neste
momento, as pessoas estão se dispersando, a maioria em direção à
Rodoviária do Plano Piloto, terminal de ônibus na área central de
Brasília.
As
pessoas começaram a se concentrar perto do Museu da República ainda às
9h. Entre o público, havia várias famílias. A maioria das pessoas estava
vestida de camiseta verde e amarela. Em frente ao Congresso Nacional,
alguns manifestantes fizeram uma moldura com o próprio corpo para
escrever a frase “Fora, Dilma”. Em vários momentos, os manifestantes
fizeram uma ola em defesa da “limpeza”, que defende a saída de políticos
corruptos. Nominalmente, eles citaram o presidente da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL) e de Dilma.
Desempregada
desde outubro, Roberta Born, de 34 anos, fez parte de vários movimentos
que já acamparam no gramado do Congresso, disse acreditar que o Brasil
está sofrendo com o governo atual. Para ela, o governo é uma “facção
criminosa”. Vinda de Porto Alegre, Roberta se considera de direita e
afirmou que só volta para sua cidade quando a presidenta Dilma sair da
Presidência.
Para
o servidor público, da Justiça Federal, Fábio Freitas, de 51 anos, a
corrupção começou no país em 1500, desde o descobrimento do Brasil. “Sou
um dos milhares de brasileiros indignados com a corrupção”, disse. Ele,
entretanto, afirmou que a corrupção não é privilégio de apenas um
partido. “O Brasil precisa se reinventar. O que se está pedindo não é
solução. O necessário seria convocar uma nova Constituinte”.
Cerca de dois mil policiais foram destacados para garantir a segurança nas ruas de Brasília, neste domingo.
Pelo país
Em
todo o país, foram programadas manifestações a favor do impeachment da
presidenta Dilma em 503 cidades, segundo o movimento Vem pra Rua. Em
algumas cidades, a Central Única dos Trabalhadores e movimentos
mantiveram a realização de manifestações pró-governo e pró-Lula, tais
como Fortaleza, Rio de Janeiro e Porto Alegre. A CUT convocou suas
seccionais para uma manifestação a favor da democracia para a próxima
sexta-feira, dia 18. No DF, o PT convocou nova manifestação para o dia
31 de março.
Em
Brasília, a manifestação do PT anteriormente prevista para ocorrer na
Torre de TV, também neste domingo, pela manhã, foi cancelada pelo
partido. Em nota, o presidente do PT no Distrito Federal, Roberto
Policarpo, informou a decisão foi tomada na noite de sexta (11), após
reunião com integrantes da Secretaria de Segurança Pública. A secretaria
havia recomendado ao partido que fizesse o ato em outro local porque
havia um ponto de acesso em comum com a manifestação contra o governo .
No
Rio, os manifestantes percorreram a Avenida Atlântica, na orla de
Copacabana, conduzidos por três carros de som. Um deles trazia uma faixa
com a frase “Fora Comunismo”. O porta-voz do movimento dizia que as
famílias de direita estava ali contra o PT.
Em
Recife, a manifestação ocorre neste momento ainda, na orla da Praia de
Boa Viagem e, em Salvador, no Farol da Barra. Dois atos contra o governo
Dilma foram programados para Belo Horizonte. De manhã, os manifestantes
reuniram-se na Praça da Liberdade e, à tarde, haverá outro na Praça da
Estação.
A dona de casa Elvira
Moraes, 63 anos, desaprovou o discurso. “Não sou de direita e não me
sinto representada por este senhor. E ainda fica xingando a presidenta.
Acho feio. O ato é pela democracia e honestidade e é por isso que estou
aqui”, opinou Elvira.
Vindo
de Nova Iguaçu, o administrador José Maria Sousa, de 52 anos, disse que
saiu de casa cedo. “Programamos com antecedência, há mais de um mês.
Estar aqui é importante, porque acredito que nossa indignação pode
pressionar o governo e as autoridades a acabarem com essa sujeira que
tem assolado a política deste país.”
O
movimento organiza passeatas em outras cidades do estado, com Angra dos
reis, Búzios e Cabo Frio, na região dos Lagos, Niterói, na região
metropolitana, Nova Friburgo e Petrópolis, na região Serrana.
Agencia Brasil

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