Os trabalhadores dos Correios em todo o país entrarão em greve por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira (12). A categoria reclama de mudanças na assistência médica da categoria – imposta pela Empresa de Correios e Telégrafos em acordo com o Tribunal Superior do Trabalho (TST) -, além do déficit de carteiros, extinção de cargos e decisões anunciadas pela empresa, como a redução da jornada de trabalho com redução de salário e o fechamento 2,5 mil agências em todo o país.
“A gente tem 1001 motivos para entrar em greve, mas o que mais motivou nesse momento foi o plano de saúde que vai para julgamento segunda-feira. A greve é uma forma de dizer para o TST que essa proposta é inaceitável porque os trabalhadores não têm condição de pagar o valor diante do baixo salário da categoria. Nós amargamos o mais baixo salário do serviço público federal, com piso de R$ 1,6 mil”, justificou Emanuel de Souza, do Sindicato dos Trabalhadores da ECT na Paraíba.
Com a greve, a categoria quer pressionar o Tribunal Superior do Trabalho a manter o acordo firmado no último ano, garantindo o plano de saúde dos trabalhadores na íntegra. Segundo Emanuel, a direção da ECT apresentou uma proposta ao TST, que homologou a proposta em audiência de conciliação, modificando o plano de saúde da categoria, que atualmente é de coparticipação. “A empresa quer modificar, colocando mensalidade para os titulares e dependentes, além de tirar pai e mãe do plano”, explicou.
Emanuel acusa o Governo Federal de atuar propositadamente na precarização da empresa com o objetivo de privatizar o serviço no país. “De 2011 pra cá, quando houve o último concurso público, além de não contratar o que era necessário, a empresa se desfez de 20 mil trabalhadores, quando a demanda cresce 17% ao ano, em média. Essa é uma prova cabal de que é impossível o atual número de carteiros dá conta da entrega na programação normal”, disse, justificando à população atrasos constantes na entrega das correspondências. “É uma luta árdua, mas a única arma que temos é a greve”, completou.
A categoria vai se reunir na sede do sindicato na próxima segunda-feira, depois que o TST se posicionar sobre a questão do plano de saúde, para decidir se mantém ou não a greve.
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