Cenários eleitorais (VII)
I
A campanha eleitoral ainda não foi concluída, os eleitos sequer foram diplomados e a eleição para presidente da República terá um segundo turno, neste domingo, dia 28 de outubro, mas em Cajazeiras, nos últimos dias, a campanha de 2019, a de prefeito, já está na rua e numa temperatura elevada.
II
O sapateiro Antônio Gobira foi o primeiro a dizer que será candidato a prefeito, seguido por Carlos Antônio, que se lançou nos palanques das comemorações da vitória de seu candidato a deputado estadual, Júnior Araújo, e já usando uma linguagem contundente contra seu principal opositor, o atual prefeito, médico José Aldemir, prometendo lhe dar uma pisa tão grande que seria capaz de lhe quebrar o espinhaço.
III
O deputado estadual Jeová Campos, em entrevista coletiva, realizada na Câmara Municipal, para agradecer aos seus eleitores os votos que o reelegeram, lançou o nome de Marcos Barros, vereador e presidente da Câmara Municipal, como o seu candidato a prefeito de Cajazeiras. Em seguida, foi o próprio Marcos, em sucessivas entrevistas, afirmar que com a experiência que tem de seis mandatos, se encontra completamente habilitado para ser candidato a prefeito de Cajazeiras.
IV
A ex-prefeita de Cajazeiras, Dra. Denise Albuquerque, que vivia um silêncio profundo, depois de sucessivos ataques do prefeito José Aldemir ao seu grupo político, resolveu se manifestar em sua página no Facebook, demonstrando grande indignação, além de externar o seu desejo de manter distância do ex-aliado: “Acho interessante perguntarem ao prefeito, como se nós tivéssemos interesse, se ele aceita se compor com nosso grupo político. De Zé Aldemir queremos distância. Não é amigo de ninguém. Só pensa nele mesmo e é falso como nota de três reais. Perseguidor. Ingrato. Cuspidor de microfone e não explica nunca o que fez com a verba do VIAP. Jamais minha família irá querer ter por perto uma cobra dessas. Deus nos livre de tanto ódio, inveja e baixeza”.
V
A continuar este cenário de troca de “amabilidades” entre os dois principais grupos políticos de Cajazeiras, quando ainda tem uma distância enorme das eleições municipais, imaginemos como vai ser o clima e a linguagem durante o calor da campanha. Seria mais interessante gastar toda esta energia e oratória em defesa das grandes lutas e bandeiras de nossa cidade, que carece ainda de obras de infra-estrutura e de avanços no setor educacional e de saúde.
VI
As mudanças que o prefeito de Cajazeiras, médico José Aldemir Meireles, começou a programar na estrutura administrativa do município, está mais do que visível, além das exigências de ordem legal, que o resultado das urnas teria lhe causado um grande ressentimento, mágoa e raiva, principalmente com relação aos votos obtidos por Dra. Paula e Aguinaldo Ribeiro, em determinadas regiões do município. As mudanças e demissões são extremamente necessárias para que ele possa equilibrar as finanças e ficar pagando o funcionalismo dentro do mês trabalhado e por em dia os fornecedores. Ele deve ter consciência que estas medidas, além das dores de cabeça, acarretarão um enorme desgaste político com repercussões na Câmara Municipal, já visíveis após o pronunciamento do vereador Jucinério Félix comunicando seu rompimento e Alysson Lira (Neguin do Mondrean) que entregou a liderança.
VII
A campanha para presidente da República no segundo turno, em Cajazeiras, durante estes últimos dias, está resumida a uma “conversa de pé de calçada”, tendo a frente uma meia dúzia de seguidores de Haddad, comandada pelo vereador Rivelino Martins, que através de um carro de som conclama a população a votar no candidato do PT e o grupo do deputado Jeová Campos que tem feito uma intensa movimentação pelos bairros da cidade, todas as noites. Com relação a de Bolsonaro, havia sido programada uma carreata no dia 23 próximo passado, mas não foi realizada. No próximo domingo, dia 28, cerca de 43 mil eleitores cajazeirenses voltarão às urnas para eleger o futuro presidente da República. São as esperanças que se renovam e que melhores dias floresçam em nossas vidas.
Fonte: Professor José Antônio de Albuquerque
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