O ex-governador do Espírito Santo Gerson Camata (à direita na foto) foi morto a tiros, nesta quarta-feira (26), na Praia do Canto, bairro nobre da capital Vitória. A informação foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública do Estado. O suspeito foi preso e está sendo ouvido pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa.
De acordo com informações de testemunhas, o homem estava em uma motocicleta quando efetuou os disparos. O assassinato teria ocorrido na esquina da Rua Joaquim Lírio com a Chapot Presvot.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a ser acionado, mas o político não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no local.
Camata foi governador do Espírito Santo entre 1982 e 1986, exerceu três mandatos como senador, de 1987 até 2011. Ele ainda foi vereador por Vitória, deputado estadual e deputado federal.
O secretário estadual da Segurança Pública do Espírito Santo, coronel Nylton Rodrigues, informou que o autor do homicídio é Marcos Vinicio Moreira Andrade, 66, ex- assessor que trabalhou com o político por cerca de 20 anos. Andrade seria responsável pela gestão financeira das campanhas e mandatos de Camata. O ex-assessor foi preso no local do crime por policiais e confessou o disparo. Segundo Rodrigues, a motivação foi uma ação judicial movida pelo ex-governador contra o ex-assessor, que resultou no bloqueio de R$ 60 mil da conta de Andrade. Camata foi atingido por um único disparo, no pescoço, e a arma, segundo o secretário, não tinha registro. “A motivação desse lamentável crime é uma ação judicial movida pelo nosso ex-governador”, disse Rodrigues. “Hoje, o ex-assessor foi tirar satisfação ao encontrar Gerson Camata na rua, próximo a uma padaria e a uma banca. Nesse encontro, iniciou-se uma discussão verbal, até que Marcos sacou uma arma e efetuou o disparo que vitimou o nosso ex-governador.”
Biografia
Formado em Economia, Gerson Camata se destacou a partir de um programa de televisão, no Espírito Santo, nos anos de 1960. A partir daí, foi para a política.
Na Constituinte, Camata defendeu a limitação do direito de propriedade privada, o mandado de segurança coletivo, a jornada semanal de 40 horas, o aviso prévio proporcional, a unicidade sindical, o voto aos 16 anos, o presidencialismo, a limitação dos juros reais em 12% ao ano, o mandato de cinco anos para presidente e a criação de um fundo de apoio à reforma agrária.
Como parlamentar da Constituinte, ele se absteve das votações relativas ao turno ininterrupto de seis horas e à anistia aos micro e pequenos empresários.
Era casado com Rita Camata, ex-deputada federal por cinco mandatos, que foi relatora do Estatuto da Criança e do Adolescente e da Lei de Responsabilidade Fiscal. O ex-governador deixa dois filhos.
Fonte: Noticia um Minuto