A cidade de Cajazeiras está sem um representante no Congresso Nacional. Não adianta se lamentar. Mesmo sendo o 8º colégio eleitoral da Paraíba e ser polo de uma região que congrega 15 municípios, há várias legislaturas não tivemos a capacidade política, nem líderes capazes de construir uma densidade eleitoral para chegar ao Congresso Nacional.
Atualmente estamos vivendo um momento crucial, quando em Brasília, os deputados e senadores estão a definir a quantidade de recursos que deverão destinar para as suas bases eleitorais e o exemplo mais gritante foi o da necessidade de se conseguir mais verbas para o novo Hospital Universitário do Sertão, que nem a pressão de um grupo de cajazeirenses, que forma uma espécie de comitê pró sua construção foi capaz de receber pelo menos uma luz neste sentido. Tem uma ressalva: o comitê não assume compromisso de votar em qualquer um deles, então…
Com relação aos deputados federais que foram bem votados em Cajazeiras, a exemplo de Aguinaldo Ribeiro, Gervásio Maia e Efraim Morais Filho, tomou-se conhecimento, até o momento, que apenas Gervásio Maia teria colocado uma emenda de 300 mil reais para o HU Júlio Bandeira.
O prefeito José Aldemir foi comunicado que o deputado Aguinaldo Ribeiro teria destinado para Cajazeiras três Emendas Parlamentares, ainda sem ter definido os valores e que a Senadora Daniela Ribeiro vai disponibilizar também uma verba.
A deputada estadual, Dra. Paula Meireles, recebeu um telefonema do Senador José Maranhão, avisando que colocou uma verba de 500 mil reais para o setor da saúde do município. Esta “cortesia” do senador se prende muito mais aos profundos laços de amizade com o casal Paula/Zé Aldemir, do que com Cajazeiras, já que na eleição de governador, a quantidade de votos que a cidade lhe deu foi inexpressiva, mesmo tendo feito muitas obras quando foi governador do estado. A cidade agradece e lhe presta um preito de gratidão.
O deputado estadual Júnior Araújo declarou que o Senador Veneziano, a seu pedido, teria destinado recursos para adquirir um equipamento pesado para a zona rural e também para o custeio na área de saúde. Estamos no aguardo.
Portanto, das Emendas, real mesmo só temos 800 mil reais e estes valores tem pouca expressividade pela posição política que Cajazeiras ocupa no cenário do estado, mas nem tudo está perdido: as promessas de mais recursos estão sendo feitas, mas sabemos que todas elas têm um troco, uma espécie de toma lá, dá cá.
Particularmente, pensava eu, que Gervásio Maia ia por uma quantidade de recursos para dar inicio a construção do asfalto para o Distrito de Engenheiro Avidos, fato que talvez não tenha sido alertado pelo deputado estadual Jeová Campos, que tem como prioridade de seu mandato a execução desta obra, mas esta queda de braço entre Gervásio e o governador João Azevedo, termina por complicar a distribuição dos 24 milhões de reais que ele tem no bolso para a Paraíba.
O fato é que continuamos com um pires nas mãos, batendo nas portas dos gabinetes, em Brasília, pedindo esmola em nome de Cajazeiras. Até quando?
Parte de nossas lideranças não tem demonstrado decisão política, comprometimento e criatividade para reverter o fosso existente entre Cajazeiras e Brasília, no sentido de diminuir as desigualdades sociais e históricas e a falta de uma discussão mais consistente as aprofundam ainda mais.
Cajazeiras tem sido forte no setor de serviços, principalmente na área de educação, mas necessário se faz de entrarmos em novos nichos, mas nos tem faltado incentivos, união política, envolvimento e talvez a falta de talentos e de agentes políticos com visão futurista.
Não temos feito mais do que o trivial feijão com arroz: calçar ruas, reformar praças, construir postos de saúde e outras obras não muito representativas.
Esta cidade já deu um exemplo nunca visto em cidade nenhuma da Paraíba, quando todos se uniram em defesa do Curso de Medicina. Lembram que até o Presidente Lula e o Vice José Alencar receberam em seus gabinetes filhos de Cajazeiras defendendo a ideia? Lembram que numa mesma mesa, em Brasília, se sentaram deputados, senadores e o governador do estado, todos de diferentes partidos para dizer ao Ministro da Educação que queríamos o curso de medicina?
Neste momento precisamos nos unir em torno da criação da UNIVERSIDADE FEDERAL DO SERTÃO, antes que outro município a conquiste.
Estariam faltando: União? Envolvimento? Movimento? Contestação? Motivação? Compromisso com o povo? Homens públicos comprometidos com a cidade para que haja engajamento para novas lutas em defesa desta terra que tanto queremos bem.
Estamos perdendo forças? Basta passar os olhos sobre a nossa posição, que antes era a 5ª, e vê em que colocação está hoje em recolhimento de ICMS no estado.
Devemos levar em conta o esforço do prefeito da cidade, José Aldemir, que considero da maior relevância para a retomada da vinda de recursos federais para o município, que foi a retirada do nome de Cajazeiras da inadimplência. O município se tornando adimplente e com o novo parcelamento das dividas do IPAM, abrem-se os caminhos para que grandes obras, com recursos federais, sejam implementadas no município. Este é caminho. Este esforço do gestor do município deve ser exaltado e é motivo de festa, muito embora, por esta façanha, venha tendo sérios problemas de ordem financeira.
minha querida Cajazeiras como eu gostaria de te vê em patamares bem mais elevados!
Fonte: Artigo Professor José Antonio de Albuquerque