As inúmeras manifestações em várias partes do Brasil contrárias à publicação do decreto presidencial que permitia ao Ministério da Economia realizar estudos para a inclusão das Unidades Básicas de Saúde (UBS), dentro do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República (PPI), levaram o presidente Bolsonaro a recuar e revogar sua proposta menos de 24h depois que ela havia sido divulgada.
O Decreto, que havia sido publicado na terça-feira (27), no Diário Oficial, tornou-se sem efeito. Para o deputado estadual Jeová Campos, um dos críticos da medida, o governo federal usa a sigla PPI como neologismo bonito para não usar a palavra privatização e o recuo de Bolsonaro, na opinião de Jeová, só aconteceu por pressão popular.
“Na realidade, esse governo está entregando o país de bandeja para o capital especulativo, para os EUA, para os banqueiros, reduzindo investimentos em saúde e educação, enfraquecendo as universidades públicas, enfim, governando para uma elite em detrimento da classe trabalhadora, dos menos favorecidos, do povo”, disse o parlamentar paraibano. Ainda segundo Jeová, a questão do valor do auxílio emergencial é outra situação que demonstra claramente o quanto a pressão e a mobilização podem mudar os rumos das coisas. “O governo queria um auxílio no valor de R$ 300,00, os R$ 600,00 foram consequência de pressão popular e dos parlamentares federais que não aceitaram votar o valor menor proposto pelo governo”, lembra Jeová.
Segundo ele, a justificativa apresentada pelo presidente para revogar a medida, alegando que o intuito seria para terminar obras de UBS e UPAs que estão inacabadas país afora, é só uma desculpa para encobrir o objetivo de privatizar a saúde no Brasil. “É obrigação da União cuidar das brasileiras e dos brasileiros. Essa é uma premissa fundamental que permitiu e permite a existência do Sistema Único de Saúde (SUS), um sistema que funciona, que atende, que salva vidas e que poderia salvar muito mais se mais investimentos fossem feitos”, reitera o deputado paraibano.
Jeová lembra que as manifestações de rua (restritas agora em função da pandemia), a mobilização da sociedade, a pressão sobre seus representantes políticos são formas legítimas e eficazes da população se rebelar contra as atitudes absurdas deste governo e de qualquer um outro que não defenda os interesses nacionais e da população brasileira. “O povo unido jamais será vencido. Essa frase emblemática e carregada de forte simbolismo será sempre atual, porque nada, nem ninguém consegue conter as vozes das ruas, a mobilização de muitos”, finaliza Jeová.
Assessoria