O cantor Sérgio Reis, 81, está deprimido e passando mal, com uma crise de diabetes depois da repercussão de um áudio em que afirmou que caminhoneiros, financiados por produtores de soja, parariam o país em setembro até que o Senado afastasse os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de seus cargos.
“Se em 30 dias não tirarem os caras nós vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra. Pronto. É assim que vai ser. E a coisa tá séria”, afirmou ele em uma conversa com um amigo que veio a público no fim de semana.
O artista relatou ainda uma reunião que teve com o próprio presidente Jair Bolsonaro e com militares “do Exército, da Marinha e da Aeronáutica” em que informou o que faria.
O áudio circulou na cúpula do Judiciário e entre parlamentares. E foi reproduzido por veículos de notícia.
O cantor tinha divulgado também um vídeo, mais ameno, em que convidava apoiadores de Bolsonaro para o protesto em Brasília e em outras cidades, marcado para dia 7 de setembro.
“Ele está muito triste e depressivo porque foi mal interpretado. Ele quer apenas ajudar a população. Está magoado demais”, diz a mulher de Reis, Ângela Bavini.
“O Sérgio foi induzido por pessoas que dizem estar em um movimento tranquilo. No fim, todo mundo vaza [desaparece], e sobra para ele, que é uma celebridade”, segue ela.
A mulher do cantor afirma que sempre foi contra o envolvimento do marido em movimentos políticos neste momento e que tentou alertá-lo sobre as consequências. “Ele é querido e amado pelo Brasil inteiro, de direita, de esquerda”. Reis foi deputado federal de 2015 a 2019, pelo antigo PRB, hoje Republicanos.
A péssima repercussão do áudio estaria fazendo com que ele “caísse na real” sobre o resultado de participar diretamente de movimentos como o do 7 de setembro.
Segundo ela, o cantor jamais pensou em invadir o STF e quebrar tudo. “Ele falou no impulso, mas estava conversando com um amigo”, afirma Ângela, contrariada porque a conversa, informal, foi divulgada nas redes sociais sem o conhecimento de Sérgio Reis.
Ângela afirma que o artista se recolheu para descansar por orientação médica. E, aconselhado também por advogados, não dará mais entrevistas nem falará com amigos, para evitar maiores aborrecimentos.
“A diabetes dele subiu que é uma barbaridade”, diz ela, creditando a situação ao estresse. “O Sérgio às vezes não tem noção do nome dele, do tamanho dele”, segue.
Ângela diz que está ao lado do marido, dando todo o carinho possível a ele até que as coisas voltem a se acalmar.