“Somos desvalorizados e temos uma péssima remuneração. Baixa condições de trabalho, estrutura física precária e excesso de carga horária para grande parte dos profissionais que, em busca de um melhor salário, são obrigados a “morar” no trabalho, passando dias sem irem em casa. “Esquecem” de sua saúde e da sua família. Um grave problema, que (in)diretamente prejudica a saúde de alguns colegas de trabalho. Como exemplo, cito alguns TARMs ou R. O, que ganham um simples salário mínimo e não têm os seus direitos trabalhistas reconhecidos, como insalubridade, adicional noturno, e precisam recorrer a inúmeros plantões extras, os quais são concedidos como forma de benefício. O mesmo se aplica os médicos. Algo totalmente equivocado.”
O texto acima é parte do relato que um profissional do SAMU de Sousa fez a seus superiores imediatos, como forma de alertar para os problemas vivenciados diariamente pelas equipes do SAMU sousense.
Segundo relato de um dos médicos daquela unidade de atendimento médico de urgência, “há uma defasagem de pelo menos nove anos sem reajuste no valor do plantão. Esse reajuste que dizem que nos deram foi, na verdade, um reajuste fake, já que aumentaram o vencimento e tiraram na produtividade, mantendo o mesmo ganho líquido. Além de não nos ser pago nenhum tipo de adicional de insalubridade ou periculosidade”, expôs.
TRANSPORTE DE PACIENTES
Ainda no relato do profissional médico do SAMU do município de Sousa, “o serviço pré-hospitalar de urgência e emergência deve priorizar, obrigatoriamente, os atendimentos em domicílio, ambiente público, por ordem de complexidade, e não a transferência de pacientes da rede. Não é atribuição do SAMU o transporte de pacientes de baixa e média complexidade a rede, assim como o transporte de pacientes para realizarem exames complementares. Transporte de pacientes da rede privada também não é atribuição deste serviço, porém, o que vemos aqui no nosso dia a dia é algo completamente diferente do que está na resolução que rege o SAMU”, diz.
Como se tudo isso já não bastasse, os profissionais que atendem no SAMU de Sousa alertam para as péssimas condições físicas na sede do serviço: goteiras, infiltrações, colchões velhos e imprestáveis, “e todos que lá trabalham sabem disso”, disseram, concluindo que o Serviço de Atendimento Médico de Urgência em Sousa é uma verdadeira bomba relógio!
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