BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) — O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse a apoiadores nesta segunda-feira (19) que a vacina contra Covid-19 não será obrigatória.
A manifestação vem na esteira da declaração do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que afirmou que a vacinação contra o novo coronavírus em São Paulo será obrigatória, exceto para pessoas que apresentem alguma restrição avalizada por um médico.
“O meu ministro da Saúde já disse claramente que não será obrigatória esta vacina e ponto final”, disse Bolsonaro a apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada, como mostra vídeo divulgado por bolsonaristas.
Ao contrário do que fez durante toda a pandemia em relação à hidroxicloroquina, para a vacina, Bolsonaro tem defendido a necessidade de comprovação científica para a aplicação das doses.
“Da nossa parte, a vacinação, quando estiver em condições de, depois de aprovada pelo Ministério da Saúde e com comprovação científica e, assim mesmo, ela tem que ser validada pela Anvisa, daí nós ofereceremos ao Brasil, de forma gratuita, obviamente. Mas repito: não será obrigatória”, disse Bolsonaro.
“Tem que ter comprovação científica. O país que está oferecendo esta vacina tem que primeiro vacinar em massa os seus, depois oferecer para outros países”, afirmou o presidente.
Uma lei de fevereiro deste ano, assinada por Bolsonaro, prevê a possibilidade de realização compulsória da imunização.
Doria afirmou ainda que, por parte de São Paulo, não haverá politização em relação à vacina e que espera a mesma postura por parte de Bolsonaro, que foi nominalmente citado e criticado pelo governador por sua ação durante a pandemia na semana passada.
Doria disse que vai se reunir com o ministro da Saúde e com o presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) nesta quarta-feira.
Após as declarações do governador, mas sem citá-lo, Bolsonaro publicou em suas redes sociais a legislação que trata sobre “realização compulsória de vacinação e outras medidas profiláticas para o enfrentamento da pandemia”.